03 setembro 2017

Brazuca Comics mais uma excelente iniciativa dos quadrinhos brasileiros!

Mais uma excelente iniciativa surge no horizonte dos quadrinhos brasileiros que estão em alta e vivem um excelente momento no mercado editorial e aceitação de público.

Criada por Ícaro Ricarte e Mauricio Lins, a Brazuca Comics é uma editora dedicada à criação de histórias em quadrinhos com super-heróis brasileiros. Segundo os criadores: "Mais do que emular a fórmula dos quadrinhos de heróis norte-americanos, o objetivo da Brazuca é inserir e trabalhar aventuras heroicas no contexto político-social do Brasil, mesclando críticas com elementos de magia e ficção científica".

O ponto de partida será UNIVERSO BRAZUCA, o título principal, que contará aventuras de Niara, Harpia, Supernova, Sétimo, Aurora e, principalmente, Brazuca Encapuzado. A revista terá o formato de antologia, apresentando periodicamente aventuras solo de cada herói que - na maioria das vezes - irão se conectar umas às outras, culminando em grandes eventos.

Spin-offs, graphic novels e até mesmo romances também estão sendo planejados, mas o objetivo a ser alcançado inicialmente é o estabelecimento dos personagens e da mitologia do Universo Brazuca.
Todos os quadrinhos da Brazuca Comics serão disponibilizados online para leitura gratuita em nosso site (que será revelado em breve). O projeto não tem fins lucrativos e objetiva apenas a difusão da nona arte.


Com periodicidade quinzenal, Universo Brazuca terá previsão de lançamento para 29 de junho de 2018. A meta era publicar o título ainda em 2017, mas visando a qualidade do roteiro e da arte, os autores decidiram adiar o lançamento. Mesmo assim, serão postadas em suas mídias sociais como o Twitter (https://twitter.com/brazucacomics) atualizações constantes do processo criativo, assim como previews e artes conceituais.

Muitos mistérios foram levantados no último ano com teasers e fichas de personagens, para que todas as dúvidas ao redor do projeto tenham sido sanadas.
Mais novidades virão nos próximos meses, para saber as novidades acesse também a página oficial da editora no facebook AQUI!.  29 de junho de 2018 e a data prevista para tod o lançamento dos projetos.


por: Ed Oliver (encima de release da editora).

02 setembro 2017

Pipoca & Nanquim lança Moby Dick de Christophe Chabouté!


A emblemática primeira linha do romance Moby Dick é uma das mais famosas aberturas da literatura mundial. Sua simplicidade, com um grau de mistério e tensão, dá o tom do que virá a ser o conjunto dessa espetacular narrativa, em que a obsessão de um homem leva todo um grupo de pessoas à ruína.

Escrito por Herman Melville (um ex-marujo da marinha mercante norte-americana) em 1851, o romance foi recebido com pouco entusiasmo por público e crítica em seu lançamento. Hoje, mais de um século depois, o texto alcançou status de obra-prima e entrou para o restrito rol de publicações que figuram na lista dos Grandes Romances Americanos, ao lado de criações de outros luminares, como Mark Twain e Nathaniel Hawthorne.

Ao longo dos anos, o livro foi adaptado para o cinema, rádio, televisão e peças de teatro, inspirou a criação de um famoso desenho animado da empresa Hanna-Barbera, e também ganhou versões em quadrinhos pelas mãos de artistas como Will Eisner, Bill Sienkiewicz e Roy Thomas. No esteio dessas lendas, oriunda da França, surgiu uma nova adaptação de um mestre moderno.

Moby Dick é a primeira publicação de Christophe Chabouté no Brasil, mas ele já conta com uma carreira sólida de mais de duas décadas de produção, tendo sido bastante premiado na Europa, inclusive no consagrado Festival de Angoulême, por seu álbum Quelques jours d’été (Alguns Dias de Verão, em tradução livre). Entre outros de seus quadrinhos de destaque, podemos citar a aclamada trilogia Purgatoire, a biografia do criminoso Henri Désiré Laundru e Construire un Feu, baseado na obra de Jack London.

Mas o maior desafio da carreira do quadrinista veio em 2014, quando ele se propôs a adaptar para os quadrinhos o cultuado romance Moby Dick, conservando o texto original e irretocável de Herman Melville. O resultado é uma graphic novel magnífica e de tirar o fôlego, de visual singular, estruturação perfeita, dinâmica, cativante e extremamente fiel ao livro original. A reconstrução de época, o ritmo narrativo, a caracterização física e psicológica de todos os personagens… cada quadro desta obra foi cuidadosamente pensado para ser um componente de um todo tão belo quanto insondável, mas também para funcionar como uma pequena maravilha por si só.




A Editora Pipoca & Nanquim tem o orgulho de apresentar ao público brasileiro um lançamento de valor inestimável que está, sem a menor sombra de dúvida, entre as maiores adaptações já feitas deste clássico em todas as mídias.

FICHA TÉCNICA
Moby Dick, de Herman Melville e Chabouté
Editora Pipoca & Nanquim
Formato 20.8 x 27.8 cm
256 páginas em preto e branco
Capa dura
Miolo em papel offset 120g/m2
1ª edição – 2017
Tradução de Pedro Bouça
ISBN 978-85-93695-02-5
Preço sugerido: R$ 120,00
Pré-venda exclusiva na Amazon: http://amzn.to/2tUjcWx

fonte: Pipoca & Nanquim

29 agosto 2017

1º Curso de Jornalismo em Quadrinhos do Brasil abre inscrições!



Para quem trabalha com comunicação e aos jornalistas que buscam se especializar no riquíssimo universo dos Quadrinhos surge uma ótima oportunidade em São paulo!
Foram reabertas as inscrições para curso sobre Jornalismo em Quadrinhos. Vão até o dia 31.08. Aulas serão na FMU, em São Paulo. Coordenação é de Deise Cavignato, jornalista com mestrado no tema.
Inscrições AQUI!

28 agosto 2017

Joe Sinnott, os segredos do mestre das tintas do Homem Aranha por mais de meio século!


Saugerties/ Nova York - Joe Sinnott diz que as teias de aranha testam sua paciência, mesmo que ele tenha mais de 50 anos desenhando as tiras de um dos super-heróis mais famosos do mundo. "Elas precisam ser muito precisas e sempre devem ser os mesmos", disse ele. "Preciso de três dias para fazer duas páginas". Sinnott, 90, ainda dá vida às aventuras narradas por Stan Lee, o co-criador de Spider-Man.

26 agosto 2017

Editora Kimera lança novas revistas de Lagarto Negro e Capitão R.E.D!

Criada em 2011, com o principal objetivo de publicar obras de autores independentes com qualidade gráfica, a Editora Kimera aposta agora em uma linha de publicações de histórias em quadrinhos com super-heróis brasileiros. As revistas escolhidas para iniciar esta linha de publicações são CAPITÃO R.E.D. e LAGARTO NEGRO, com lançamento marcado durante a Bienal do Livro 2017 no Riocentro. 


Os autores Elenildo Lopes e Gabriel Rocha estarão autografando as revistas CAPITÃO R.E.D. e LAGARTO NEGRO nos dias 01 e 09 de setembro, às 13h e 14h no Estande P16 localizado no Pavilhão Verde da Bienal do Livro.

O policial Ellano foi escolhido para comandar o Distrito de Emergência e Risco assumindo a identidade de CAPITÃO R.E.D. Trata-se de um programa em parceria do governo do Estado do Rio de Janeiro com a ONU para combater o crime na região.

Lagarto Negro mantém sua identidade real em segredo. Recrutado por uma ONG, ele trabalha num projeto privado de combate ao crime organizado nas ruas do Rio de Janeiro. 


OS AUTORES 

Gabriel Rocha começou a publicar seus quadrinhos em jornais de bairro da cidade de Niterói, entre 1992 e 1993. Chegou a ilustrar matérias para o Jornal do Brasil antes de se voltar para o trabalho com animações na área do EAD e e-learning. Criou o personagem Lagarto Negro, um super-herói brasileiro, que comemora 20 anos em 2018 com o planejamento de publicações através do selo de quadrinhos da Editora Kimera.

O publicitário e ator Elenildo (Elyan) Lopes iniciou com os quadrinhos em 2007, criando um site voltado ao tema: www.meuheroi.com.br. Em 2012, o site virou selo editorial com o lançamento da revista Capitão R.E.D. nas bancas e lojas do Rio de Janeiro e Região metropolitana. Recebeu o Prêmio da Academia Brasileira das Histórias em Quadrinhos (ABRAHQ) e um Troféu Angelo Agostine com o lançamento da História em Quadrinhos Protocolo: A Ordem.

Página oficial da Editora Kimera: http://www.editorakimera.com

AS REVISTAS 

Lagarto Negro Especial – 36 páginas, em cores, formato 17cm x 26cm (formato americano), papel couchê.

Capitão R.E.D. Especial – 36 páginas, em cores, formato 17cm x 26cm (formato americano), papel couchê.

17 agosto 2017

Salvat traz de volta A Espada Selvagem de Conan!


Uma grande surpresa pegou os fãs de Quadrinhos na última semana, a editora Salvat já iniciou a coleção do personagem  Conan, intitulada como “A espada selvagem de Conan“, a coleção fez grande sucesso no Brasil em sua edição lançada pela editora Abril iniciada em meados dos anos 80. Agora, A primeira edição já está à venda, porém só em cidades específicas e no valor de 9,90.

A coleção trará a exemplo das coleções que vêm sendo comercializdas pela editora, inúmeros encadernados e foi restaurada seguindo a ordem de publicação original que aconteceu nas páginas da revista Savage Tales em 1971.

E uma das séries mais icônicas de Conan e será composta por 91 livros, confira a imagem da coleção divulgada lá fora :



16 agosto 2017

Filme baseado na obra do Quadrinista Danilo Beyruth terá estréia no Festival de Toronto.


Com direção de Vicente Amorim, o longa brasileiro de terror "Motorrad" terá lançamento mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto, que acontece de 7 a 17 de setembro, no Canadá. Produzido por L.G. Tubaldini Jr. e André Skaf, o filme adapta para o cinema uma história do quadrinista Danilo Beyruth, colaborador da editora americana Marvel.


Rodado na Serra da Canastra, em Minas Gerais, "Motorrad", conta a história de um grupo de jovens que vai fazer motocross em uma trilha remota e passa ser caçado por um grupo de motoqueiros assassinos. O elenco reúne Guilherme Prates, Carla Salle, Emilio Dantas, Pablo Sanábio, Juliana Lohmann, entre outros.

Um teaser do filme foi apresentado durante a Comic Con Experience, no ano passado. Ainda não há previsão de lançamento.



HQ em Vídeo: Flavio Soares, autor de "A Vida com Logan" no programa Em Contexto.

Desenhar tirinhas de quadrinhos requer talento e dedicação. Recebemos no EM CONTEXTO Flávio Soares, autor de “A vida com Logan” para explicar como desenvolve suas tiras, baseadas na convivência com seu filho com síndrome de Down.


Confira as Tiras de "A Vida de Logan" AQUI!

A Loira Fantasma primeira HQ da Editora Estrondo!

A Editora Estronho está lançando duas graphic novels nacionais inéditas.

HQ Fest Indaiatuba agita o Mercado de Quadrinhos no interior de São Paulo em Setembro.


No dia 16 de setembro, será realizado na cidade de Indaiatuba, no interior de São Paulo, a HQ FEST. O evento acontecerá no Shopping Parque Mall, das 9h às 18h, e reunirá fãs de todas as idades de histórias em quadrinhos, ilustrações e cultura pop.

O evento contará com atrações diversas, como o Bate Papo HQ, no qual o quadrinhista Luke Ross, artista da Marvel, juntamente com Paulo Maffia, jornalista e editor Disney da Editora Abril, comentarão o mercado de quadrinhos no Brasil e no exterior.

O encontro contará ainda com a presença de cosplays de toda a região mostrando suas fantasias inspiradas em personagens das histórias em quadrinhos e desenhos animados.

A HQ FEST terá a participação de mais de 60 quadrinhistas das mais diversas tendências e estilos, bem como artistas renomados que trabalham para o mercado brasileiro, Estados Unidos, Itália e outros países.

Confira todos os participantes e a programação na página do Facebook.

Carnaval de meus Demônios de Guilherme Petreca - Dica de leitura nº 1


Carnaval de meus demônios é a primeira grande narrativa sequencial gráfica de Guilherme Petreca, novo talento da ilustração que debutou no trabalho independente Galho Seco. Diabretes anunciam outro carnaval: sutil e animalesco serpenteiam na procissão de demônios apresentadas por Guilherme Petreca nesta obra marcada pelo tom profético, carregado de simbolismos. Uma narrativa visual intrigante, que sem se apoiar em nenhum texto escrito, explora o festivo e caótico numa imersão em metáforas e alegorias.
A arte de Guilherme Petreca merece um tópico à parte. Seu traço superelaborado salta aos olhos, mas o charme da composição gráfica é a narrativa fluida, que dá quase um movimento de animação às páginas que se sucedem. Se folheado rapidamente, o livro é praticamente uma obra audiovisual pronta.

Mais informações com a Balão Editorial AQUI! 

Ed Oliver

HQ em Vídeo: Hugo canuto - Orixás em Quadrinhos.

Apaixonado por mitologias desde menino, o quadrinista baiano Hugo Canuto decidiu por deixar a estabilidade como arquiteto para se aventurar em transformar o gosto pelos quadrinhos em profissão.

Agora, o soteropolitano se dedica a estudar sobre Exu, Iansã e Oxóssi, dando corpo aos Contos dos Orixás, série que recria as histórias dos mitos iorubás com o visual pop dos gibis de heróis.

Com lançamento previsto para agosto, o projeto, que já soma admiradores nas redes sociais, pretende trazer diversidade para o universo dos quadrinhos e quebrar preconceitos sobre a cultura afro-brasileira.



fonte: https://www.youtube.com/user/trip

HQ em Vídeo: Fernando Gonsales, criador de Niquel Naúsea fala de sua carreira e seu trabalho!

Há muito material e entrevistas fantásticas com artistas das histórias em quadrinhos pela internet por isso inauguramos aqui a série HQ em Vídeo trazendo o resgate deste material para o leitor!

O cartunista Fernando Gonsales sempre gostou de animais. A paixão é tanta que ele até mesmo acreditava que não seguiria pelos quadrinhos, tanto que formou-se em veterinária, em 1983, e também em Biologia, na turma de 1998/1999, ambas pela USP.

Mas, em 1985, Gonsales conseguiu emplacar suas tiras diárias de humor animal, após vencer um concurso do jornal Folha de S. Paulo. Deu-se uma longa carreira que dura até hoje, constante e cheia de graça.

Desde então, Gonsales viu que os animais realmente estariam no alcance de suas mãos, mas dessa vez no papel.

12 agosto 2017

Lorde Kramus ganha trailer e indica novidades para 2018!


por: Vinicius Oliveira

A Editora Universo têm editado importantes títulos de autores independentes nos últimos anos surpreendeu os leitores esta semana com a veiculação de um trailer com seu principal personagem, Lorde Kramus, o trailer dá a entender que uma provável volta do personagem.
Perguntados o criador e editor Gil de Mendes diz que a editora lançou recentemnente o nº 1 de Lorde Kramus em formato 17x26cm uma edição especial com os personagens Aline e Perseu de Tony Brandão como um aperitivo para seus futuros planos!

Para quem ainda não conhecia, Lorde Kramus foi criado em 1991 e é uma das mais bem escritas sagas dos quadrinhos nacionais, o autor Gil de Mendes empreendeu uma atenta e minuciosa pesquisa histórica para a concepção não só do personagem mas de todo o universo e da Era Primordial onde se passam suas histórias.
Muito bem recebido por crítica e público o personagem chamou tanta atenção que chegou a ter algumas histórias avulsas distribuídas pela respeitada Devir.

Confira o Trailer aqui:



08 agosto 2017

Resgate Histórico: João Timbira em Redor do Brasil - 1938


Muitos dos personagens sobre os quais comento por aqui, muitos eu só vim a conhecer pela curiosidade que me despertou a pesquisa do sr. José Eduardo Cimó ( pesquisador de quadrinhos e editor do lendário Fã-Zine). Além de me relembrar a memória afetiva, reavivando a lembrança de gibis que eu só conhecera no esquecido passado (época em que eu sequer me importava em saber se o artista do gibi era brasileiro ou não), o Fã Zine n. 18 me abriu os horizontes da HQB de forma então inusitada, apresentando personagens dos quais jamais ouvira falar, cuja existência eu desconhecia completamente! Vim a conhecer o Fã Zine tardiamente mas aqui estou, já há alguns anos pesquisando sobre os personagens que encontrei no "Heróis Nacionais" de José Eduardo Cimó (e espero que Deus me conceda saúde, forças e recursos para poder continuar esta pesquisa por muito tempo ainda). Confesso a vocês que, dentre os personagens brasileiros das HQs que vi no Fã Zine, alguns deles eu pensava que jamais viesse a conhecer, como por exemplo aquele que consta na página 103 do Fã Zine n.18: João Tymbira, de Francisco Acquarone. Mas felizmente eu estava enganado: graças a mais uma gentileza de meu querido amigo Espedicto Figueiredo, recebi de presente um fac-símile de ótima qualidade do exemplar único de João Tymbira Em Redor Do Brasil, e tive a chance de conhecer este notável personagem brasileiro das Histórias-em-Quadrinhos.



João Tymbira Em Redor Do Brasil foi lançado no ano de 1938, uma edição do Correio Universal, pelo preço de três mil réis (três mil e quinhentos, pelos correios), com 96 páginas no formato horizontal, apresentando duas tiras por página – muito provavelmente a edição traz coletânea do que havia sido publicado anteriormente nos jornais. Narra uma única história que é dividida em três partes. Na primeira delas, “Em Busca Do Roteiro Mysterioso”, o herói é apresentado sem delongas: “João Tymbira, forte e elegante, é carioca da gemma. Pratica todos os sports, até o foot-ball”.
               

E, acreditem, ele vai mesmo precisar de todas as habilidades de que dispuser, para enfrentar todos os perigos que enfrenta nesta aventura. Tudo começa a partir do momento em que o herói recebe uma carta de seu tio Gurgel, morador de Ouro Preto/MG, pedindo a presença do sobrinho após o falecimento do avô e recebimento de herança – herança da qual ninguém sabia muito bem o que era, pois o falecido avô havia deixado somente um misterioso mapa que, supunha-se, levaria a um “verdadeiro thezouro”. Do Rio de Janeiro a Ouro Preto é só a primeiríssima etapa da longa viagem Em Redor Do Brasil. Mal chega na região das Minas Gerais e percebe que o tio havia sido roubado por um vilão inescrupuloso com o sugestivo nome de Cascavel. Tymbira e seu amigo de infância, o índio Gorgulho, partem em busca do facínora percorrendo vastas regiões do território brasileiro. Ainda nesta primeira parte, passam pelos interiores de Minas Gerais e Bahia, sempre costeando o rio São Francisco. No caminho, salvam a bonita Rosinha de um grupo de cangaceiros sanguinários, comandados por alguém chamado Lampeão (com “e”, mesmo). As reviravoltas são incessantes, por vezes são os heróis que ficam à mercê dos bandidos, por vezes acontece o contrário. E o danado do Cascavel parece mesmo ser esguio, pois sempre consegue escapar. A primeira parte termina quando alcançam as cachoeiras de Paulo Afonso, ponto de partida para a segunda parte intitulada “Em Perigo Nos Ares E No Mar”. Da Bahia até Pernambuco, nosso herói faz jus a sua boa forma física: tentando resgatar Gorgulho e Rosinha, que haviam sido pegos pelos bandidos, João chega até a ficar pendurado numa corda amarrada num hidroavião. A aventura prossegue incessante pelo rio Jaguaribe, entre perseguições de barcos e jangadas, prontos para a terceira e mais emocionante parte desta aventura: “Entre Os Selvagens Da Amazônia”. Tymbira e amigos prosseguem na caça aos meliantes entre as florestas das regiões norte e centro-oeste. E claro que numa aventura como esta não poderiam faltar os índios (alguns amigáveis, outros nem tanto).


João Tymbira Em Redor Do Brasil é mesmo algo espetacular! Aventura frenética inspirada nos formidáveis personagens que eram lidos e adorados no mundo inteiro na época, mesmo visualmente o personagem principal é parecido com o Flash Gordon, com o Brick Bradford, ou o Red Barry. Ok, agora poderia intervir algum sexagenário comunista teórico de Quadrinhos e dizer que “não basta uma HQ apresentar cenários brasileiros, que se trata de uma verdadeira HQ brasileira!”. Se por um lado é certo que João Tymbira apresenta um estilo estadunidense de se contar uma História-em-Quadrinho, traz consigo uma brasilidade sublime, tão contagiante que nem mesmo os mofados cérebros guevaristas iriam resistir. E tamanha brasilidade é, na modesta opinião deste que vos escreve, o grande diferencial de João Tymbira. O autor Acquarone apresenta um riquíssimo painel da vida brasileira em diferentes regiões, e, sem jamais descuidar do lado aventuresco e de entretenimento que uma HQ deve apresentar a seus leitores, não se esquece de abordar temas históricos, geográficos, botânicos e antropológicos. E João Tymbira é um herói como deve ser, um bom exemplo para seus leitores, especialmente para os mais jovens que estão formando suas opiniões sobre as coisas da vida. Além de cuidar bem da saúde, é a favor do estado de direito e está sempre disposto a ajudar os outros, independente de cor, raça, etc. Como podem perceber, um tipo absolutamente inviável nesses dias de “relativismo moral”. Por mim, João Tymbira Em Redor Do Brasil deveria ser distribuído maciçamente nas escolas públicas, o que certamente seria muito mais saudável do que a atual e degradante doutrina marxista-gramsciana. Mas quem iria dar importância a
um reacionário paranóico como eu, não é mesmo?
                       

Só depois de publicar João Tymbira Em Redor Do Brasil é que os responsáveis pelo Correio Universal, o casal Manoel e Helena Ferraz (ela que assinava no expediente com o pseudônimo de “Álvaro Armando”) iriam se dedicar (como roteiristas, assinando “Francisco Armond”), com inestimável ajuda do artista Renato Silva, a magistral obra-prima da HQ brasileira: A Garra Cinzenta.

por José Salles

05 agosto 2017

Marvel e DC Polêmicas e forma errada de "Diversificar"!


por Vinicius Oliveira

A diversidade, o engajamento e luta contra o preconceito, são temas que tomaram ainda mais força nos últimos anos em todas as mídias e espaços em nossa sociedade. São temas  que não podem ser ignorados e sobretudo são necessários para que nossa sociedade evolua e siga em frente rumo à se não possível erradicação de seus preconceitos, ao menos as vítimas de qualquer segregação possam ter voz e justiça.

O tema é portanto sério e merecedor de todo o cuidado e sobretudo conhecimento de causa ao ser tratado visto que não envolve apenas costumes, mas, Vidas!
A polêmica do momento esta envolvida em que as duas maiores editoras americanas de quadrinhos de super-heróis tenham posto em sua "pauta do dia" a transformação de personagens e temáticas de algumas de suas HQs em exercício do que eles acreditam ser "inclusão da diversidade para seus leitores"...

Claro e à isso acarrete-se todas a polêmicas e discussões muitas vezes violentas de defensores prós e contras em todas as mídias sociais com opiniões longe de serem originadas de vozes entendidas no assunto ou credenciados no tema, o que se tem visto são só excessos, juízos instantâneos e vociferações emotivas, exigentes da verdade  para ambos os lados da questão e que no fim se vêem ambas encurraladas no muro do desconhecimento e discurso vazio que vemos nos Facebooks da vida.

A diversidade é tema muito mais antigo que as atuais mídias sociais e longamente ignorado pelas grandes editoras até que estas vissem o poder "comercial" de tal discussão em suas histórias. Defender que tais temas sejam relevantes e necessários em histórias de super heróis como estão sendo feitos, seria o mesmo querer debater-se seriedade e honestidade na bancada de nosso ilustríssimo recinto parlamentar...

Dizer que Hq´s como Capitã Marvel e Harpia são "exemplos" de luta contra o machismo, é desconhecer levianamente a seriedade da temática, festejando como exemplar um deserviço tanto aos quadrinhos quanto à causa da diversidade. O Status de "Best-Seller" destas obras  foi alcançado mais por sua polêmica que pelo (des)serviço prestado em si.

O que a massa maior do público desconhece e a infeliz tomada do tema Diversidade pelas editoras  não por que estas sejam preocupadíssimas com o impacto social do tema e sim apenas e unicamente visando a fatia de mercado e lucros que advenham disso. É uma pena que um tema, um assunto de tamanha importância seja levado a tal patamar de leviandade visando apenas lucro e a simpatia de possíveis leitores.
Tanto é que a ideia é causar polêmica e lucros que ambas as editoras utilizaram antigos personagens para apresentá-los como homossexuais e ou fizeram versões femininas também de personagens já consagrados ao invés de criar-se novos e aí sim apresentá-los como representantes reais dessa diversidade, caso claro se isso fosse possível em meio a socos e pontapés ou entre uma paradinha e outra de uma invasão de ameaça cósmica para se discutir o tema.

Marvel e DC erraram feio não ao querer tratar e falar do tema, mas da forma fria, apelativa e sem conhecimento de causa como o fizeram.

O tema da diversidade então está impedido de ser abordado em quadrinhos de forma a se respeitar o tema? Claro que não há inúmeros exemplos de Hq´s que o fazem com conhecimento e respeito, contribuindo aí sim para usar o meio dos Quadrinhos como inteligente veículo para esclarecer as pessoas. Segue abaixo nossa sugestão de leitura:


Terry Moore



de Sirlene Barbosa e João Pinheiro


de Emma

Fun Home  - Alison Bechdel



Violent Cases - Neil Gaiman e Dave Mckean

Ciranda da Solidão - 
Mário César







30 julho 2017

Editora Universo inicia Pré-Venda de Lorde Kramus - A Noite Branca!



O editor e roteirista Gil de Mendes anuncia a Pré-Venda do primeiro título do selo próprio de sua editora Universo, trazendo a aventura Lorde Kramus - A Noite Branca, que ainda traz a participação de dois outros ícones dos quadrinhos independentes: Perseu e Aline de criação do Roteirista e desenhista Tony Brandão.

Para quem ainda não conhece, Lorde Kramus, trata-se de uma das mais completas e belas sagas de um personagem dos quadrinhos nacionais, a pesquisa histórica e a construção das personagens e ambientação é algo fenomenal neste trabalho, que ainda detalha as diversas raças, costumes e particularidades da Era Primordial. Criado por Gil de Mendes em 1991, Lorde Kramus iniciou sua trajetória em publicações alternativas e logo ganhou uma coleção de albúns profissionais, tendo sido distribuídos via Devir elogiados por crítica e público. Agora nesta nova fase em editora própria Gil de mendes promete uma nova e grandiosa fase para o maior Guerreiro da era Primordial!


LANÇAMENTO EM PRÉ-VENDA! R$ 20,00 com o frete já incluso - Data de envio: 15 de Agosto/2017

Para garantir seu exemplar acesse direto o site da editora AQUI!

Lorde Kramus - A Noite Branca.
Uma edição toda em cores que apresenta o encontro do guerreiro da Era Primordial com os irmãos Perseu e Aline, vivendo uma aventura fantástica na época atual.
A revista tem formato americano, 17x26cm - 32 pgs
Capa em couchê 240gm laminada brilhante e miolo em papel couchê de 115gm - Material gráfico excelente.
Roteiro - Gil Mendes
Desenhos - Tony Brandão
Cores: Israel Sidharta e Tony Brandão

26 julho 2017

Eu, Vilão a impactante obra de Walter Júnior trazendo frescor às Hqs Brasileiras!



Há um termo muito legal na língua francesa que diz "vous reconnaissez un lion pour son
marque" algo como "você reconhece um leão por sua patada" e quando pensamos neste termo sobre o trabalho de alguns artistas dos quadrinhos é fácil identificar o trabalho pungente de um artista pela sua identidade característica.

Assim o é Walter Junior quadrinista e roteirista de longa data, que no início dos anos 90 lançou com o roteirista Alexandre Jubran a Graphic Novel "Semideuses" HQ elogiada por publico e crítica e que se tornou parâmetro para quem se aventurou à auto-publicação nos anos seguintes.
Walter Junior seguiu atuando como designer gráfico e eis que agora retorna com força total ao seu meio e lança sua obra "Eu, Vilão" onde mais uma vez mostra a força de sua "patada"!

Eu, Vilão aposta naquele  tipo de história que nos acostumamos ver em trabalhos como Watchmen, Astro City ou nos trabalhos de Mark Millar, ou seja, assistimos a história de duas super forças antagonistas e suas implicações sociais, até aí nenhuma novidade e também aí reside seu diferencial:
- Walter Júnior soube com maestria trabalhar as questões humanas deste embate e neste caso 2 amigos Tom (Torpedo) e Richard (Retalho) ao adquirirem por acidente habilidades sobre-humanas e que se vêem em lados opostos do que tal responsabilidade poderia acarretar e vemos ambos lidando com todo o impacto que isto trouxe na vida de duas pessoas absolutamente comuns.



Os diálogos são bem sacados e a trama é conduzida de forma que o leitor realmente se vê imediatamente envolvido a história, aliás a trama é interessante justamente por fazer um contrabalanço ao mostrar que não há heróis e vilões e sim apenas consequências do que resolvemos fazer com nossas escolhas, aí reside a maior força e melhor qualidade desta HQ que além disso trás um detalhe bem relevante em se tratando de uma HQ nacional; o autor soube com maestria adaptar e trazer todo este conteúdo a uma realidade nossa, sem apelar para tipos ou regionalismos mas mostrar através das atitudes e personalidades das personagens como se daria se tal enredo realmente acontecesse numa realidade brasileira, isto por si só já destaca Eu, Vilão como um trabalho singular e que deve ser citado por seu diferencial narrativo e força em seu conteúdo.


Conduzindo toda a bela trama esta arte de Walter Junior, correta, bonita e valorizando todo o contexto narrativo e de ambientação da HQ, fugindo ao lugar comum de exageros anabolizados e fazendo funcionar seu belo traço em favor da narrativa.
Nesta época em que mais do que nunca os quadrinhos nacionais estação em alta e surgndo em franca expansão Eu, Vilão é obrigatório em qualquer coleção de respeito onde figuram os exemplos mais bem sucedidos da nona arte brasileira.

por: Ed Oliver

Contatos com o Autor e para adquirir a obra:
http://wallyjunior.wixsite.com/walterjunior
Facebook: https://www.facebook.com/WalterJuniorIllustrator







06 julho 2017

Roberto Guedes volta com a histórica Revista Status Comics.



Recentemente o editor, roteirista, escritor e pesquisador Roberto Guedes lançou o seminal "Jack Kirby o criador de Deuses" mas o intrépido editor aproveitou a bela fase para retornar com um antigo projeto: STATUS COMICS o fanzine que publicou em inicio de carreira.


A Volta de Dylan Dog às Livrarias Brasileiras



Além dos quadrinhos europeus da Mythos, outra que vai trazer HQ de qualidade ao leitor brasileiro é a editora Lorentz.
O personagem italiano Dylan Dog, também conhecido como o Investigador do Pesadelo, completou 30 anos de publicação em 2016. É o maior fenômeno editorial dos quadrinhos italianos nos últimos anos. Criado pelo roteirista Tiziano Sclavi para o Estúdio Bonelli, o personagem é um ex-policial da Scotland Yard que se livrou do distintivo e do álcool para investigar casos sobrenaturais por conta e risco próprios. Suas aventuras mesclam todo tipo de gêneros: thrillers a la Poe, terror, zumbis, viagens espaciais, interdimensionais, viagem no tempo, assassinatos, monstros, romance… Há vários gêneros presentes, sendo nada fácil colocar um como “o” mais importante, as narrativas e os temas se cruzam de uma forma, que não encontramos fronteiras, moldando um amalgama que é esse HQ de crime-suspense-mistério.


Mythos divulga leva de ótimos quadrinhos europeus.




 Os leitores mais exigentes e fãs de bons quadrinhos, terão em breve ótimas alternativas em contraponto à enxurrada de títulos de Marvel e Dc em mais uma enxurradas de mortes, ressureições e ameaças cósmicas que as americanas estão jogando em seus leitores atualmente em mais uma tentativa de uma massagem cardíaca tentando se manter no mercado. São as novidades trazidas pela Mythos editora.

Além dos materiais vindos da italiana Sergio Bonelli Editore e da britânica 2000AD, uma enxurrada de títulos europeus da Glénat está nos planos da Mythos Editora. Dois deles já têm data prevista para este segundo semestre.
Em outubro, será lançado Red Skin (ainda sem título em português), com roteiros do francês Xavier Dorison – conhecido por aqui por O Terceiro Testamento (publicada de forma incompleta pela Multi Editores) – e desenhos do norte-americano Terry Dodson, cuja arte pode ser vista em HQs de super-heróis como o Homem-Aranha (Caído entre os Mortos, O Mal no Coração dos Homens).

No final dos anos 1970, auge da Guerra Fria, uma espiã russa é enviada aos Estados Unidos para realizar uma operação de propaganda e lutar contra um grupo neo-fascista que ameaça os acordos de desarmamento nuclear. Já na terra do Tio Sam, ela se infiltrará sob a identidade secreta de uma… atriz pornô!
“Antes de conhecermos Red Skin, conhecemos Red One, que era a versão publicada pela Image“, conta o editor Julio Monteiro. “Mas a original é francês. A partir desse material com o Terry Dodson, que é conhecido pelo público das nossas HQs – ou talvez melhor dizendo pelo eixo de fãs Marvel/DC, como um todo –, aproveitamos outros materiais que também tinham esse diferencial gráfico e combinavam com boas histórias”.

De acordo com o editor da Mythos, os dois álbuns de Red Skin irão sair em um encadernado de 112 páginas.

No final de novembro, a editora trará Elric, adaptação para os quadrinhos da famosa saga escrita pelo britânico Michael Moorcock sobre o imperador do reino de Melniboné, introspectivo, debilitado e escravo da sua espada.
“Já em Elric, fomos inspirados pelo fato de que somos a casa de um dos ‘amigos’ do feiticeiro albino, que é o Conan, e também pelo fato de que o Moorcock está em alta atualmente no Brasil”, explica Monteiro.


Com roteiro de Julien Blondel e arte de Robin Recht e Didier Poli, foram lançados dois álbuns de um total de quatro volumes na Europa. No Brasil, serão compilados os dois primeiros tomos (Le trône de rubis e Stormbringer) na edição.

Vale lembrar que, no começo dos anos 1990, chegou a sair por aqui uma versão por um dos grandes escritores de Conan, Roy Thomas: Elric – Navegante Nos Mares do Destino, minissérie em quatro edições pela Abril; e A Cidade dos Sonhos, dentro da coleção Graphic Globo, com arte de P. Craig Russell.

Em 2018, serão lançadas pela editora brasileira mais obras da Glénat, que terá a companhia de títulos da Delcourt. Confira a seguir:
Cutting Edge, com roteiro de Francesco Dimitri e desenhos de Mario Alberti (do Tex Graphic Novel # 2 – Fronteira!), mostra a nata mundial de cientistas, artistas e empresários envolvidos em um desafio mortal que testará seus limites.
Já Nous, les morts se passa no Século 16, quando a Europa é vítima de uma epidemia que transforma as pessoas em zumbis. Cinco séculos depois, do outro lado do Oceano Atlântico, a única ligação do povo asteca com os europeus é um estranho grupo que chegou de barco logo após o surto.
A trama é desenvolvida pelo croata Darko Macan e a arte fica por conta do também conterrâneo Igor Kordey, conhecido por aqui por trabalhos da Marvel, DC e Heavy Metal.


Ainda no âmbito dos zumbis, os fãs de terror nas telonas poderão conferir La Nuit des Morts-Vivants, abordagem quadrinizada do francês Jean-Luc Istin (roteiro) e do italiano Elia Bonetti (arte) para o clássico longa-metragem A Noite dos Mortos-Vivos (1968), do diretor estadunidense George A. Romero.
Ainda na esteira do terror, o roteirista britânico Pat Mills (Marshal Law, Sláine) se junta ao artista francês Olivier Ledroit para dar tom ao clima gótico e sadomasoquista de Requiem – Chevalier Vampire. Morto no front durante a Segunda Guerra Mundial, um soldado nazista vai parar em um mundo onde se fica mais jovem na medida do avanço do tempo, e onde a terra é o mar e vice-versa. Lá, as pessoas reencarnam em monstros, de acordo com os seus pecados. Uma das castas mais poderosas é a dos vampiros.


Por fim, apesar de ser um material norte-americano, a editora trará, com base na edição francesa, a série Lady Mechanika, de Joe Benitez, cujo traço é conhecido por aqui em Darkness e Novos Titãs (da fase de Judd Winick). No estilo steampunk, a HQ acompanha uma garota sobrevivente de uma terrível experiência que a deixou com braços mecânicos na busca do seu passado.


Segundo Julio Monteiro, atualmente os quadrinhos alcançaram um boom que tornou possível lançar produtos diferenciados e, mesmo assim, alcançar também o público.

“Quisemos aproveitar essa oportunidade trazida pelo mercado atual para explorar novos formatos e quadrinhos diferenciados”, justifica o editor, exemplificando a republicação de Conan – Edição Histórica e, mais recentemente, Hellboy – Edição de Ouro – Contos Bizarros, que “é gigantesco para se explorar melhor a arte”.
“Ainda estamos negociando materiais franceses, mas para o ano que vem teremos, no máximo, mais um ou dois”, complementa.

por: Ed Oliver

fonte: Press Release enviado pela Mythos Editora

Maurício de Sousa o Homem de 1 Bilhão de Revistas!




Até a década de 90 era comum uma rusga e injustificada crítica e aversão aos quadrinhos brasileiros, com o advento da internet e os Projetos de financiamento de quadrinhos fez com que inúmeros e talentosos artistas brasileiros mostrassem seus trabalhos além do setor alternativo e o público leitor percebeu que havia vida inteligente ( e de qualidade) além dos universos Marvel, DC e Mangás onde, aliás as 2 americanas agonizam desde ha 3 décadas com roteiros cada vez mais repetitivos e sem a capacidade de renovar seus leitores apesar do sucesso de seus desenhos e filmes.



Mauricio de Sousa que é o principal nome do quadrinho nacional soube renovar e inovar seus produtos para o novo milênio e numa crescente cada vez maior hoje tem sua obra espalhada por todo o mundo, ultrapassando em números um nome até então pensado inabalável no setor: A Disney
Convidado do programa Roda Viva desta segunda-feira (03/07/2017) Mauricio de Sousa, nascido em 27 de outubro de 1935 na cidade paulista de Santa Isabel, ele é o autor das histórias em quadrinhos mais lidas do Brasil. Desde 1959, quando surgiu sua primeira criatura, o cãozinho Bidu, até hoje, foram mais de 1 bilhão de gibis vendidos e 400 personagens!!! Parte desta trajetória de sucesso é descrita na recém lançada biografia “Mauricio – A história que não está no gibi”. Confira trechos da entrevista:

“Foi sem querer que comecei a retratar as minhas experiências nos quadrinhos. De repente percebi que estava levando toda a minha vivência para as histórias. Estava dando certo e resolvi continuar com a mesma fórmula”.


“Um dos segredos da longevidade da Turma da Mônica é que meu estúdio tem muitos jovens. Isso ajuda a manter as histórias vivas e dinâmicas. Acompanhamos inclusive as evoluções tecnológicas e atualizamos as plataformas de comunicação. Hoje, nosso maior sucesso no YouTube é a Mônica Toys, com bilhões de acessos no mundo todo”.

“Quando criei o Cascão estava com medo de lançar a revista achando que poderia estimular as crianças a não tomarem banho. Minha mulher perguntou por que este medo e disse: ‘Toda criança é assim’. Por enquanto não penso em lançar um personagem homossexual. Vou esperar que a sociedade aceite essa questão de maneira melhor. Sempre digo que a Turma da Mônica não deve levantar bandeiras, mas pegar a bandeira que está passando”.

“O papel não vai acabar, porque é mágico, tem cheiro. É diferente da imagem fugidia da televisão, da internet. Não é a mesma coisa que pegar na mão, ler, cheirar, guardar”.

“Quando entrei no jornalismo, vinha carregado de um português rebuscado, formal. A primeira coisa que pediram na redação foi para usar uma linguagem coloquial, não colocar adjetivos e ser direto. Pensei que ia jogar fora todos os meus anos de Eça de Queiroz e Machado de Assis. Mas esse texto direto e coloquial é o ideal para caber num balão de história em quadrinho. A reportagem me ensinou a concisão. Acabou sendo ótimo, porque nem a profissão de repórter nem a de desenhista pagavam muito. Juntando as duas me dei bem”.


“Mesmo no tempo da ditadura, era muito cuidadoso. Por isso não sofri pressão do governo. Tinha que me preocupar não só com o meu salário, mas com o de todos que trabalhavam comigo. Alguns colegas tentaram me convencer a fazer com que meus personagens se engajassem, mas não aceitei. Na época da queda do Jango já tinha me dado mal e decidi que não queria mais saber de política. Na campanha pela nacionalização das histórias em quadrinho, fui demitido da Folha acusado de comunismo”.

“No momento da criação, o desenhista é o personagem. Então, já fui o Bidu, a Mônica, o Cebolinha, o Louco. Mas o personagem que mais me caracteriza é o Horácio, o dinossauro. Ele está solto no mundo. O Horácio é meu alter ego. Tanto que ainda não consegui passar o esse personagem para ninguém do meu escritório”.

“Uma coisa que incomoda qualquer criador é a patrulha do politicamente correto. De vez em quando, chego no estúdio e peço para o pessoal desobedecer um pouquinho mais. Mas o que é mal visto eu não uso. No começo das minhas histórias desenhava o Chico Bento soltando balão. Não uso mais. Meus personagens devem agir da mesma forma que as crianças bem informadas de hoje”.


“Quando conheci os gibis, fiquei maravilhado. Levei para casa alguns bem velhos, já desbotados, amassados, e pedi para a minha mãe ler para mim. Aqueles personagens ganharam vida na voz dela. Aprendi a ler pelos gibis, com a minha mãe me ensinando os segredos daquelas letrinhas. Ali começou meu gosto pelo desenho e pela vontade de fazer aquilo”.

“Na escola, uma professora não gostava que eu desenhasse na sala de aula. Me dava reguadas quando me pegava desenhando. No ano seguinte, em compensação, uma professora que adorava que eu desenhasse, pediu que eu ilustrasse as lições. Comecei a estudar ainda mais para conseguir ilustrar aquilo e passei a tirar só 9 e 10”.


“É minha família que sugere amainar um pouco os exageros dos personagens. O Cascão, por exemplo, continuará a não gostar de tomar banho, mas não precisa mais ter cheiro ruim. A Magali vai continuar comendo bem, gostando de comer, mas quando passar o carrinho de sorvete ela não vai acabar com o carrinho inteiro como fazia antes”.

“A Mônica era inaceitável no Japão porque ela batia em homens”.

“Quando lancei a revista do Chico Bento aqui em São Paulo, achei que não faria tanto sucesso por causa do universo da roça. Mas foi o contrário. Em alguns meses, ela ultrapassa a da Mônica. Quando pesquisei, descobri que isso acontecia, porque muitos leitores tinham certa nostalgia justamente daquilo que não tinham vivido”.

“Alguns mantras que adoro ouvir são ‘aprendi a ler com os seus personagens’ e ‘você me ensinou a ler’. Mas o ‘você fez parte de toda a minha infância’ talvez seja o que mais me emocione”.


A bancada de entrevistadores reuniu os jornalistas Bruno Meier (VEJA), Edison Veiga (Estadão), Helen Braun (Rádio Jovem Pan), Isabella D’Ercole (Revista Claudia) e Ivan Finotti (Folha). Com desenhos em tempo real do cartunista Paulo Caruso o programa foi transmitido pela TV Cultura.

por: Ed Oliver

Projeto de Laerte e Angeli terá residência artística na casa de Hilda Hilst



A Casa do Sol, onde Hilda Hilst (1930-2004) viveu, em Campinas, terá uma nova função a partir do dia 10, além daquela de preservar a memória da escritora e receber visitantes interessados em conhecer seu universo. Pelo menos por um tempo.

Ali, até o dia 23, 10 artistas brasileiros e estrangeiros vão se reunir com o objetivo de conceber e produzir a revista Baiacu. Baiacu é, também, o nome do projeto idealizados pelos cartunistas Laerte e Angeli que não ficará restrito apenas à casa em Campinas. Durante o período da residência, uma série de atividades será realizada na Sesc Ipiranga, em São Paulo, com a presença dos artistas convidados. A abertura será no dia 11, às 20 h, com transmissão ao vivo pelo Facebook da instituição, quando Angeli, Laerte, Rafael Coutinho e André Conti explicam a genealogia do projeto.


03 julho 2017

Profissão Quadrinista: Ser Artista ou ser mais uma Engrenagem?




O Artigo aqui não pretende ser uma visão definitiva sobre os rumos da profissão do Quadrinista no mercado atual dos quadrinhos e nem um estudo pormenorizado sobre o tema, mas abordar um aspecto importante deste ofício: "Qual afinal é o papel do profissional de Histórias em Quadrinhos?", qual sua posição diante deste Mercado?
Scott McCloud em "Desvendando os Quadrinhos" pág 172
Acredito que esta reflexão valha muito a pena sobretudo para um mercado de quadrinhos como o brasileiro que  apenas nos últimos anos tem dado uma guinada rumo ao profissionalismo e reconhecimento merecidos, a idéia para esta reflexão me veio ao reler um trecho do livro de Scott McCLoud " Desvendando os Quadrinhos" ( mais exatamente as páginas de 172 a 178 ), onde acredito que o autor tenha feito sua principal contribuição para a carreira de quem quer se aventurar a esta profissão, e uma importante  uma pergunta é lançada:
- Ser quadrinista é apenas conseguir se engajar, fazer parte de uma indústria deste entretenimento? Ou o artista é mais que um membro de uma linha fria de produção e é possível ver seu ofício como a verdadeira forma de arte que é?


Com o advento da internet e a disseminação do conhecimento e técnicas, a maior preocupação dos aspirantes à indústria dos quadrinhos é conseguir "atalhos", todos querem o segredo ou a facilidade para se inserir em um grupo, uma editora, como se um caminho "fácil" fosse possível e mesmo que o caminho seja, digamos, mais acessível para se tornar um profissional, o principal entrave infelizmente ainda não faz parte do cartel de prioridades e da mentalidade da maioria dos artistas: - "Fazer a diferença".
Como editor há mais de 10 anos nesta função e como artista no ramo de quadrinhos já estive em centenas de mostras e convenções observando e analisando milhares de páginas de quadrinhos e portfólios, em 95% dos casos as pessoas buscam um forma de se engajar nesta indústria de qualquer jeito, e uma minoria busca a pergunta de ouro: -" Como posso fazer a diferença"? Isso se reflete impiedosamente na quantidade incrível de trabalhos com erros que o próprio artista não vê, e quando não (e infelizmente é uma quantidade enorme) são trabalhos copiados em que o artista acha que o avaliador não irá perceber sua trapaça, infelizmente em certos segmentos de mercado copiar e clonar o estilo de um artista famoso é estranhamente tido como necessário devido à "demanda" de mercado. O desespero de adequar seu trabalho ao "traço do momento" vai na contramão de sua evolução como artista e na maioria dos casos também na contramão do que realmente buscam os avaliadores.

Claro que num país como o Brasil onde as Artes são vistas como preocupação menor em nossa cultura conseguir uma vaga a qualquer custo ainda prevalece na mente dos jovens que, inseridos em um estúdio parecem não se preocupar em ficar à sombra de um artista maior por toda uma carreira; essa é uma realidade triste e que não deve ser encorajada, infortúnio e reflexo de uma sociedade onde por falta de oportunidades muitas pessoas com talento parecem se bastar no simples fato de conseguir uma ocupação nesse ramo e nunca desenvolverem seus reais talentos.

Por outro lado felizmente, isso tem mudado visto o número de artistas talentosos que se lançam a publicar material fora do "mainstream" em serviços como Catarse, mostrando uma preocupação genuína no desenvolvimento dos quadrinhos como forma de arte e sua evolução como artista, sem as algemas editorias muitos conseguem dar vazão à uma criatividade sem limites.
Editoras menores e mais próximas dos artistas, conseguem fazer edições menores e atender a uma fatia de mercado que busca este material diferenciado, tiragens gigantes não são mais uma realidade do mercado de quadrinhos seja aqui ou no esterior.
Scott McCloud em "Desvendando os Quadrinhos" pág 176
Os artistas que se destacaram e são lembrados como pioneiros foram justamente aqueles que buscaram o "algo além" e construíram uma identidade, quebrando paradigmas: Alan Moore, Frank Miller, John Mark DeMatteis, Bill Sienkiewicz, Jim Steranko, Will Eisner, Bill Watterson, Liniers, Neil Gaiman, Grant Morrison, Kazuo Koike e Goseki Kojima, Daniel Clowes,  são exemplos de alguns artistas que mostraram que mesmo dentro de um contexto mais comercial e que necessitava agradar o público conseguiram imprimir uma nova linguagem e um estilo próprios.

Elektra de Bill Sienkiewicz
Spirit de Will Eisner

A fabulosa e pioneira arte de Jim Steranko

Indo mais além na busca desta identidade, são artistas que foram ainda mais longe em sua pesquisa e inovação por uma identidade própria e ainda assim conseguiram atender às demandas de mercado, mostrando que é possível conciliar arte e profissão, identidade e acessibilidade, como Caza, Phillipe Druillet, Moebius, 

No Brasil temos alguns artistas que com certeza quebraram as barreiras do senso comum e com certeza fosse este um país sério estariam gozando do reconhecimento e prestígio devidos, artistas como o impressionante Antonio Amaral e todos os artistas do movimento os Quadrinhos Poético-Filosóficos , Lourenço Mutarelli, Danilo Beyruth, Jaca, Marcatti, Calazans, Laudo Ferreira

O impressionante Antonio Amaral e sua mescla de pintura, hq e poesia!
               
Desgraçados de Lourenço Mutarelli um dos mais impressionantes Quadrinhos Brasileiros já publicados.
Detalhe de página do italiano Andre pacienza (R.I.P) um artista que fazia cada HQ sua em um estilo de traço diferente!
                                     
Pensar que o conteúdo proporcionado pelos quadrinhos deve estar atrelado às demandas imediatistas e visão pobre de conteúdo da indústria do entretenimento é um fator limitante e muito triste para o potencial de arte que os quadrinhos e seus artistas têm a oferecer. Scott McCloud nos mostrou que até mesmo na indústria do entretenimento, há um "Tao" possível.

por Ed Oliver