por Vinicius Oliveira
A diversidade, o engajamento e luta contra o preconceito, são temas que tomaram ainda mais força nos últimos anos em todas as mídias e espaços em nossa sociedade. São temas que não podem ser ignorados e sobretudo são necessários para que nossa sociedade evolua e siga em frente rumo à se não possível erradicação de seus preconceitos, ao menos as vítimas de qualquer segregação possam ter voz e justiça.
O tema é portanto sério e merecedor de todo o cuidado e sobretudo conhecimento de causa ao ser tratado visto que não envolve apenas costumes, mas, Vidas!
A polêmica do momento esta envolvida em que as duas maiores editoras americanas de quadrinhos de super-heróis tenham posto em sua "pauta do dia" a transformação de personagens e temáticas de algumas de suas HQs em exercício do que eles acreditam ser "inclusão da diversidade para seus leitores"...
Claro e à isso acarrete-se todas a polêmicas e discussões muitas vezes violentas de defensores prós e contras em todas as mídias sociais com opiniões longe de serem originadas de vozes entendidas no assunto ou credenciados no tema, o que se tem visto são só excessos, juízos instantâneos e vociferações emotivas, exigentes da verdade para ambos os lados da questão e que no fim se vêem ambas encurraladas no muro do desconhecimento e discurso vazio que vemos nos Facebooks da vida.
A diversidade é tema muito mais antigo que as atuais mídias sociais e longamente ignorado pelas grandes editoras até que estas vissem o poder "comercial" de tal discussão em suas histórias. Defender que tais temas sejam relevantes e necessários em histórias de super heróis como estão sendo feitos, seria o mesmo querer debater-se seriedade e honestidade na bancada de nosso ilustríssimo recinto parlamentar...
Dizer que Hq´s como Capitã Marvel e Harpia são "exemplos" de luta contra o machismo, é desconhecer levianamente a seriedade da temática, festejando como exemplar um deserviço tanto aos quadrinhos quanto à causa da diversidade. O Status de "Best-Seller" destas obras foi alcançado mais por sua polêmica que pelo (des)serviço prestado em si.
O que a massa maior do público desconhece e a infeliz tomada do tema Diversidade pelas editoras não por que estas sejam preocupadíssimas com o impacto social do tema e sim apenas e unicamente visando a fatia de mercado e lucros que advenham disso. É uma pena que um tema, um assunto de tamanha importância seja levado a tal patamar de leviandade visando apenas lucro e a simpatia de possíveis leitores.
Tanto é que a ideia é causar polêmica e lucros que ambas as editoras utilizaram antigos personagens para apresentá-los como homossexuais e ou fizeram versões femininas também de personagens já consagrados ao invés de criar-se novos e aí sim apresentá-los como representantes reais dessa diversidade, caso claro se isso fosse possível em meio a socos e pontapés ou entre uma paradinha e outra de uma invasão de ameaça cósmica para se discutir o tema.
Marvel e DC erraram feio não ao querer tratar e falar do tema, mas da forma fria, apelativa e sem conhecimento de causa como o fizeram.
O tema da diversidade então está impedido de ser abordado em quadrinhos de forma a se respeitar o tema? Claro que não há inúmeros exemplos de Hq´s que o fazem com conhecimento e respeito, contribuindo aí sim para usar o meio dos Quadrinhos como inteligente veículo para esclarecer as pessoas. Segue abaixo nossa sugestão de leitura:
Terry Moore
de Sirlene Barbosa e João Pinheiro
de Emma
Fun Home - Alison Bechdel
Violent Cases - Neil Gaiman e Dave Mckean
Ciranda da Solidão - Mário César
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