26 junho 2017

Roberto Guedes lança livro contando a história do rei Jack Kirby pela editora Noir



Se há um artista que merece acima de todos o epiteto de Rei no Mercado de Quadrinhos norte americano pelo que ele foi e o que representa hoje, com certeza este homem é Jack Kirby – é o que revela a biografia de Jack Kirby, escrita por Roberto Guedes, um lançamento da editora Noir.



No seu berço, no meio editorial norte-americano das décadas 1920/1930, os quadrinhos ocupavam a posição mais baixa e desprezível na hierarquia das artes gráficas. Segundo Will Eisner, é esse o fato que fez com que tantos artistas e redatores judeus e filhos de imigrantes pobretões ocupassem o segmento.

Eisner comparou o meio a uma pocilga, na qual, independentemente de seus atributos, apenas os sem-esperança ou muito determinados topavam trabalhar. Ainda segundo o criador do Spirit, as pessoas usavam codinomes justamente para esconder sua origem miserável, na esperança de vir a atuar em publicações “mais decentes e dignas” que as páginas de quadrinhos de jornais e, depois, os comic books.



Conforme é retratado no livro O Criador de Deuses (220 páginas, R$ 49,90), Jack Kirby era um judeu brigão, um casca-grossa, uma figura “difícil” no tratamento, segundo seus próprios contemporâneos. E, se não fosse assim, talvez teria se perdido no ambiente violento dos guetos de Nova York da época, mas ele abriu caminho dando duro no meio editorial preconceituoso, como desenhista autodidata, munido da audácia necessária, e contando apenas com um talento nato, gigantesco, mas bruto, que foi lapidando até chegar ao auge na década de 1960 em diante. Porém, intuitivamente, nunca abdicou da rusticidade que o diferenciava dos demais grandes autores de quadrinhos.


Ele foi um esteta ao seu próprio modo – dando-se ao direito de deformar como quisesse as figuras que desenhava, desafiando o convencionalismo estético e a imposição de parâmetros de bom-gosto helênico, observado nos comics elogiados de Hal Foster e Alex Raymond. Kirby foi mestre em todos os gêneros que desenhou, mas especialmente revolucionário nos super-heróis, e intensamente criativo, também, embora esse potencial em particular tenha sido historicamente ofuscado.

O autor, Roberto Guedes (Stan Lee – O Reinventor de Super-Heróis, A Era de Bronze dos Super-Heróis), um veterano no estudo de quadrinhos, retrata Jack Kirby por inteiro, o homem e o mito, o artista e o soldado que serviu o exército na Segunda Guerra Mundial, o desenhista que brilhou na Era de Ouro e na Era de Prata dos quadrinhos, na criação dos seus deuses mitológicos.

por: Ed Oliver
fonte: Editora Noir

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