Batalhando e conquistando seus passos para o reconhecimento, com talento e dedicação, Kiko Garcia vem se destacando com seus quadrinhos ácidos, de terror e com uma arte original que vêm encantando seus leitores! Sempre sendo destaque nas exposições e Comic Cons que participa, Kiko Garcia é cara do novo Quadrinhista brasileiro que constrói seu espaço mostrando serviço e gerenciando inteligentemente sua carreira. Nesta super entrevista para o Portal dos Quadrinhos, Kiko fala um pouco de sua carreira, suas peculiaridades e de sua arte arrepiante!!!
por Ed Oliver
1- É um prazer recebê-lo aqui no Portal dos Quadrinhos!
Kiko- Obrigado, Ed! Agradeço o convite para o bate-papo.
2- Fale um pouco sobre como tudo começou para voce nos desenhos e quadrinhos, como iniciou neste mundo?
Kiko- Com certeza começou quando nem sabia ler e escrever. Em uma das minhas primeiras lembranças, estou desenhando um monte de tubarões no livro Além do Rio, do Ziraldo. O desenho sempre foi muito presente na minha vida. Falo desde tempos de moleque mesmo, passando por escola, faculdade e até os dias de hoje. Minha mulher sempre fala “quer ver o Kiko quieto é só dar papel e caneta para ele”. Resumindo, desenhava tudo: na época de videogames, criava jogos (como storyboards das fases, dos chefes) e capas. Também desenhava folhas e folhas de gangs de punks se acabando na porrada em cenários de fliperama. Desenhava caveiras e monstros também, pirando nos desenhos Família Drácula e Don Drácula. Reproduzia capas de fitas VHS que achava bacana. Tive fase de desenhar heróis, coisas espaciais, pichações, corpo humano e bichos (os organismos mesmo, tipo aula de biologia). Depois, já mais velho, na época de skate desenhava manobras, desenhava a galera da rua, capas de fita K7, camisetas, flyers de shows, grafite na rua e por aí vai... Com os quadrinhos foi a mesma coisa: desde uns 9 anos já dobrava folhas ao meio e desenhava histórias de personagens diversos. Ainda guardo comigo alguns desses desenhos até hoje.
3- Quais foram suas primeiras publicações?
Kiko- Profissionalmente falando, foram os quadrinhos que saíam na revista CD Expert, mais ou menos de 98 a 2001. Eram sempre 4 páginas, com um tema específico, a partir do qual eu pesquisava, criava o roteiro e depois ia para a prancheta desenhar. Fiz também algumas histórias para a revista do Pão de Açúcar Kids. Era uma turminha de leguminosas. Criei vários roteiros, mas meu chefe que finalizava. Quando tinha mais estrada, passei a finalizar algumas também. Depois, já por conta, fiz quadrinhos para uma publicação da Deca por muitos anos.
4- O que mais caracteriza seu estilo é o terror, até por que seu estilo de traço casa melhor com ele não? Como foi o processo até voce chegar a este estilo peculiar?
Kiko- Sempre desenhei com canetas, tanto esferográficas, quanto as hidrocores e as de nanquim. Aos poucos fui buscando outros materiais - e sinto que essa procura ainda não terminou - quando a caneta-pincel proporcionou uma coisa que sempre gostei de fazer, que é alternar a espessura do traço, variando a pressão, inclinando a caneta. As hachuras que fazia com caneta ponta fina fui fazendo com a ponta do pincel mesmo. De vez em quando, dependendo do trabalho, ainda uso canetas. Sempre gostei muito de arte em preto e branco, como xilogravura. Acho que tudo vai se somando, nada é totalmente excluído. Também curto trocar ideia com outros artistas sobre seus processos, como gostam de trabalhar e o que preferem.
5- Quais os artistas, filmes, desenhos que mais curte e mais o influenciaram?
Kiko- Acredito que influência vem naturalmente a partir daquilo que gostamos de olhar ao nosso redor. E de como absorvemos tudo isso para jogar no liquidificador, que é nossa mente. Não consigo pontuar com exatidão o que me influencia, porque podem ser as pinturas negras do Goya ou uma arte cheia de estilo que vi numa página qualquer da Internet. Pode ser a estética de um filme, ou um cartaz russo, um quadrinho do Crumb ou um jogo como Double Dragon. Pode ser a sombra de um trampo do Caravaggio ou as cores de uma figurinha dos anos 80.
A Metamorfose e Laranja Mecânica são talvez os livros que mais me marcaram. Metamorfose eu tinha uns 12 anos a primeira vez que li e foi quando pensei “que doente, isso!”. Aquela coisa que você não precisa (e muitas vezes nem deve!) explicar, ela simplesmente acontece. Para mim isso é o mais interessante no suspense, no terror, no absurdo. E como não gostar do linguajar nadsat? Além desses, gosto dos outros contos do Kafka e do Allan Poe, Stephen King, livros de detetive e policial, tanto nacionais como Luiz Alfredo Garcia-Roza, Patrícia Melo, como estrangeiros, com destaque para um que me marcou muito também, chamado Mestres do Mistério; o autor, que é o mesmo cara do Coração Satânico, envolveu Houdini e sir. Conan Doyle numa trama com assassinatos, mistérios e luxúria. Ainda tinha o espírito do Allan Poe aparecendo e causando, hahaha. Não posso deixar de citar Ricardo Azevedo, que é ilustrador e pesquisador das coisas da nossa terra, cujos livros cresci lendo... Gosto muito de coisas misteriosas, subterrâneas, ETs, arqueologia e contos diversos (Lima Barreto e Rubem Fonseca por exemplo). Ah, e os livros do meu pai, tenho muito orgulho também, desde criança.
Aqueles filmes dos anos 80 - não apenas terror, como os de aventura e comédia também - sempre terão valor para mim, como por exemplo Goonies e Ferris Bueler, cases diversos como Karate Kid e Indiana Jones. Clássicos como A Volta dos Mortos Vivos, Sexta-Feira 13, Blade Runner, Força Sinistra, adaptações de livros como Senhor das Moscas e todos do Stephen King, filmes mais antigos como os da Amicus, aqueles antigões mesmo, do Vincent Price, Hitchcock, também os do Tim Burton, tanto filmes como animações, os do Tarantino. Falando de séries, gostava muito do Amazing Stories, Além da Imaginação e Acredite se Quiser e hoje em dia procuro acompanhar Penny Dreadful, Bates Motel, American Horror Story, Resurrection e Walking Dead. Curti muito uma série nacional chamada Contos do Edgar. Eram adaptações dos contos do Poe, mas numa época atual. Bem bacana! Vou ver se consigo acompanhar a do Zé do Caixão, que vai estrear agora em novembro.
Nos quadrinhos, lia Turma da Mônica, Disney, Pequeno Ninja, depois Chiclete com Banana, MAD, Geraldão e uma revista da Abril, chamada Skatemania, que li até literalmente se desfazer. Tinha quadrinhos do Newton Foot, do Spacca... Com o tempo fui conhecendo muitos outros artistas que de alguma maneira me inspiraram, como Luiz Gê, Will Eisner, Crumb, Angeli, Gilbert Shelton, Marcatti, Grampá, Alan Sieber, Danilo Beyruth, Quino, Julio Shimamoto, Flavio Colin, Francesco Francavilla, Gürcan Gürsel, Richard Corben, Alfons Figueras, Daniel Clowes, Joe Sacco, Peter Kuper e com certeza tem muitos outros que estou esquecendo...
Kiko- Bom, além desses que já falei, são muitos também que curto o estilo e as histórias, como os do Laudo Ferreira, Flavio Luiz, Shiko, os undergrounds que vou trocando com a galera dos independentes, nos eventos. Também gosto dos quadrinhos do Archie Goodwin, das artes do Gene Colan e Jerry Grandenetti. Falando em gringos, dependendo do lugar que vou procuro por lá alguma coisa. Uma vez fui ao Chile, aí comprei um do Thelmo Lobos, que o menino viajava no tempo e ia parar lá na Ilha de Páscoa. Nos EUA, achei uma chamada Tales From the Fridge - demais, essa! Comprei uma série que o Francavilla está desenhando, que é a turma do Archie enfrentando um apocalipse zumbi. Também já ganhei de presente quadrinhos de Portugal, Espanha, França, República Checa. Não tem problema se não entender os balõezinhos, eu vejo as figuras, hahaha. E não me apego a gênero “só leio isso, só leio aquilo”. Se me chamar a atenção, seja pela arte, pelo estilo, ou se é algo que já li a respeito e me interessa, vou pegando.
Na hora de fazer, gosto de qualquer tipo de quadrinho, porque para mim, antes de qualquer coisa, o quadrinho é um desenho. E não tem nada mais legal do que desenhar. Nem quadrinho! Meio paradoxal isso, né. Então seja um quadrinho de humor, um institucional, uma tirinha, ou um Kikomics, não tem erro! Gosto mesmo é de estar na mesa, desenhando, buscando os três pontos e ajudando a equipe.
Kiko- Trabalhar por conta própria, algo que comecei há quase 4 anos, exigiu de mim um planejamento imediato para algumas coisas e uma organização que foi sendo criada com o passar do tempo. Sou muito caxias com essa coisa de cumprir horário. E não é difícil trabalhar em horários doidos como domingo à noite, em emenda de feriado. Você sempre vai trabalhar mais (muito mais, mesmo!) se o negócio for o seu. Criei 5 frentes de trabalho: Administrativo, para resolver buchas que tomam muito tempo, como notas, contratos, contas a pagar, contas a cobrar (muito importante essa!) e rua (correio, compra de materiais); Criação, a hora de bolar alguma coisa, escrever ou executar outra já aprovada; Novos Negócios, para buscar parceiros, trabalhos, projetos, apresentações; Cultura e Pesquisa, se tem alguma coisa que preciso ler, pesquisar, ver uma exposição, por exemplo e Kikomics, que por sua vez tem um pouco de cada uma dessas já citadas. Além de material de arte, utilizo muito papel, anotações, agendas e planilhas.
Botando a mão na massa, ou melhor, no lápis, são muitas etapas, nem sempre seguindo uma ordem certa. Às vezes um trabalho já sei como quero no final, outras vezes ele nasce de um rough. Certos desenhos foram criados a partir de outros 15 que utilizei mesa de luz para ir aprimorando, ajeitando, sem apego. Embora guarde muitos rascunhos, não tenho preguiça em redesenhar a mesma coisa várias vezes. Herança de um chefe meu que, ao criticar um trabalho, falava para mim “faz outro. Está com dó de jogar fora? Eu jogo pra você!”. Outros, de primeira já saíram de um jeito que achei legal. Então varia muito, mas basicamente é isso: lápis, nanquim para desenhar e detalhar (o que chamo, nas minhas anotações, de ink 1), pincel grosso para chapar e destacar (o ink 2) e cores no Photoshop ou com canetas e tinta.
8- Uma característica muito bacana em seu trabalho é o colorido que imprime em alguns trabalhos que geralmente neste estilo são feitos todos em Preto e Branco. Também foi algo planejado?
Kiko- O planejamento existe, sim. Apanho muito das cores, então para cada trabalho colorido faço muitos e muitos testes, bem na raça mesmo. É claro que já criava coisas coloridas, não foi algo que comecei só agora. Já usei aquarela, canetas diversas, fiz grafite. Acho que intuitivamente todos temos uma noção de cor, de paleta. Os trabalhos coloridos mais recentes comecei a fazer na hora de criar as capas e também para divulgar os gibis, os eventos. E fui tomando gosto cada vez mais. Conhecer materiais como tinta acrílica e canetas markers me empolgou bastante também.
9- Fale-nos um pouco sobre suas publicações próprias.
Kiko- Nessa história mais recente, o primeiro personagem criado foi o Hugo Urado, em 2005. Na época cheguei até a montar o gibi dele em gráfica rápida, mas não sabia o que fazer com ele e também nem me preocupava muito em ir atrás disso. Fazia pela inspiração de algumas histórias mais ou menos reais de amigos. Mais tarde vieram o Ivo, Deus e Lucinho, Fred Brek. Mas só fazia tirinhas com eles, postava num blog chamado Tiras Nacionais, ou mostrava por aí. Quando um amigo indicou uma gráfica que montava o livro por um preço interessante, tomei a iniciativa de ir organizando e criando os diversos gibis desses personagens. Resumindo, Ivo Mortov é um morto vivo que não assustava ninguém, e hoje em dia subiu de cargo; é o apresentador dos contos da Catacumba. Hugo é o zicado, só se dá mal. Deus é Brasileiro e Lucinho ficam tirando um barato dos humanos, sendo que o diabo é o mais ajuizado, critica os jeitinhos que Deus quer praticar. O Fred passa o gibi inteiro parado no trânsito. As páginas são medidas em tempo. Deslocados reúne diversos trampos que mandei para outras revistas e tiras aleatórias. Os quadrinhos da Catacumba vieram um pouco depois.
10- Sua revista mais conhecida é a Catacumba e agora voce está lançando o segundo volume dela fale-nos um pouco sobre o processo de produção dela!
Kiko- Gosto de terror desde criança, acho que inicialmente por causa do Thriller. Além de ser vidrado no clipe, pegava o encarte, com a letra da música, e ia caçando palavra por palavra no dicionário. Além disso, meus pais sempre foram contadores de histórias de medo. E ainda havia uma coisa meio cômica nisso tudo. Quando assistíamos a algum filme qualquer, se estava fazendo bagunça, minha mãe falava “olha lá, fica quieto que o homem vai cortar a orelha dele”, e parava na hora para ver. E o filme nem era, necessariamente terror. Somado a todo esse background, gosto de ler e talvez por influência do meu pai, escritor, gosto muito de escrever. Tenho alguns contos escritos, todos meio macabros. Quando trabalhei no marketing de uma multinacional de informática criei, junto com outro amigo, um concurso de contos de terror. E foi legal, porque todo mundo sempre tem uma história arrepiante. Então a ideia sempre esteve lá, foi algo natural “pô, vou fazer um quadrinho de terror, eu gosto!”. É claro que falar e fazer são coisas diferentes, então enfrento diariamente todo um processo rachando a cabeça na hora de escrever, de desenhar, de ler. Isso nunca vai acabar, pode ser na hora do banho, no trânsito, até brincando com meu filho. É uma coisa de louco, acho que todos que trabalham com a criatividade, de uma maneira geral, vivem isso.
Falando especificamente do gibi, para mim, é o meu superlativo em quadrinhos. Tudo dela é maior, com relação aos anteriores: a que mais me dediquei na hora de escrever, de desenhar, de estudar capas, de ter uma preocupação estética, de organizar os requadros e páginas, como elas ficam uma ao lado da outra. No início, as histórias iam ser aleatórias, mas ao terminar de escrever a história “Gaspar”, que tem um lance na escada, lembrei de um conto que tinha escrito chamado “Um Corpo que Sobe” (a brincadeira com o filme do Hitchcock para no título), então pensei em juntar histórias com um tema em comum. Faltava a terceira, então dividi o Gino Meneghetti, ladrão dos anos 30 cuja história eu curto, em dois personagens. Para o Catacumba #2 foi natural partir para as Loiras Macabras, porque sempre gostei da história da loira do asfalto e na época do filme “A Bruxa de Blair” eu vendi uma história em quadrinhos de 6 páginas sobre a loira do banheiro, para um amigo. Os caras invadiam um colégio para filmá-la e... Foi só a fagulha inicial, a de agora não tem nada a ver com aquela. Faltava a terceira, aí recorri à loira do espelho. E vou parar de falar, sem spoilers para os próximos números, haha!
11- Voce é um cara que participa de muitos festivais e mostras de quadrinhos, como vê nosso mercado atualmente? E na sua opinião quais são os pontos positivos e negativos nestes festivais?
Kiko- Lembro que na época que eu ia nos Fest Comix, nem imaginava estar do lado de lá do balcão um dia, apesar de nunca duvidar que eu podia, que era só fazer, começar... Enfim, comecei a frequentar alguns eventos logo após os primeiros gibis publicados. Foi quando conheci o casal Ugra, o Douglas e a Daniela. Fomos conversando, participei do (meu) primeiro Ugra Zine Fest e aquilo tudo representou uma abertura de portas para mim. Até hoje os chamo de padrinhos. De lá pra cá fui fazendo mais quadrinhos, continuando a ir em eventos, conhecendo mais desenhistas, roteiristas. Esse processo também nunca acaba.
Vejo nosso mercado com muita coisa acontecendo, muita gente escrevendo, desenhando, produzindo. E muitos eventos, grandes e os de menor expressão. O que não quer dizer, necessariamente, que o mercado seja saudável financeiramente. Você pode produzir 10 livros. Mas vai vender todos? Alguma editora vai querer distribuir seus livros? Existem parcerias como projetos culturais, tanto privados como do Estado, e também os crowdfundings. De uma maneira geral, não acho que seja (pelo menos até o momento) possível viver dos quadrinhos. Mas faço quadrinhos acreditando ser possível! Senão, nem conseguiria pegar o lápis. E claro, é preciso correr atrás de mais coisas, como ilustrações editoriais, para sites, para o meio publicitário, faço trampos de web design, direção de arte, design gráfico. Trabalhei muito tempo com caricaturas, em eventos. Estudei 3D e jogos. Já fiz alguns workshops de personagens e de grafite para alunos de escola, oficinas de quadrinhos e coisas desse tipo. Trabalhar com ilustrações (o quadrinho, neste momento, entra aqui) é muito difícil, muitas vezes mal valorizado. Quando me dizem “você faz rápido, é fácil” eu penso que fácil é deixar o lápis
na mesa. Então é preciso ter apetite! Acho que vai da maneira como cada um encara. Cresci com os valores da importância do estudo e do trabalho. Então, quando não achei trabalho em agência, por exemplo, fui trabalhar com garantia de monitores Samsung e freelava storyboards de filmes comerciais para a agência deles, à noite. Quando estava no marketing, dei um jeito de inserir desenho, tirinhas, games e terror, nos trabalhos que rolavam por lá.
O que acho legal nos eventos primeiramente é a relação com o público. Já aconteceu de vir gente para mim e falar “eu vi que você vinha então trouxe esses gibis para você autografar”. Pô, eu? O cara viu que eu ia e quis ir lá falar comigo? Então dou valor mesmo para isso. Porque cresci indo em eventos com o meu pai, e até hoje, se possível, gosto de ir. E é impressionante o quanto aprendo. No CCXP do ano passado, teve uma leitora que ficou muito tempo conversando conosco sobre filmes de terror. E ela falou vários que não conhecia, então tudo isso acho muito válido. Outro ponto são os parceiros de profissão. Quando você fica na mesa perto de caras como Marcatti e Laudo, isso equivale a uma faculdade. E eles trocam ideia numa boa, de igual para igual. Finalizando, penso que esses eventos funcionam como um momento light na nossa profissão, quase um lazer.
Pontos negativos eu diria alguns aspectos da organização. Mas não de todos os eventos. E também como já organizei eventos, sei como é difícil lidar com muitas coisas, público grande, logística, egos... Então, nada que não tenha superado, como ter entrado cada dia por uma porta no CCXP ou o crachá não ter sido reconhecido. Ficar na chuva esperando uma van que só depois fui ficar sabendo oferecia atendimento preferencial por ser expositor. Só xinguei muito ali na hora, comigo mesmo, torci a camiseta na porta e pronto. No Fest Comix desse ano, não tinha uma plaquinha no metrô indicando onde pegar a van. Sabia onde era e fui, mas e quem vem de longe e não sabe? Aí, o cara da portaria não queria deixar o motorista da van entrar (!?). Coisas assim, nada muito graves, mas que afetam o público ou o autor de menor expressão. Ah, o fato de não possuir um clone é ruim, porque perco atividades interessantes por não abandonar a mesa. Mas isso não é culpa de ninguém.
12- Quais seu outros projetos no momento?
Kiko- No momento estou cumprindo a agenda da Catacumba #2. São eventos até o fim do ano como Santos Comic Expo, FIQ, CCXP e outros que um convite possa aparecer. A partir de janeiro já começo pelo menos a escrever alguma coisa da Catacumba #3. Em termos de ideias, argumentos, temas e comportamento do apresentador, pelo menos até a #4 já está encaminhado. Existem outros projetos adiantados no que diz respeito a roteiro e estudos de personagens. Mas preciso avaliar, organizar melhor qual entra na frente de qual, se podem ser viabilizados... Tenho ainda outras duas ideias que preciso escrever, rabiscar. Precisava mesmo de um clone! Algo que gostaria de fazer um dia é juntar os Catacumbas do 1 ao 3 num livro lombada, com miolo vivo, digo, miolo colorido haha! Quem sabe?
13- Kiko Grato e muito sucesso a voce e à catacumba e o Portal esta sempre aberto para voce e sua arte!
Kiko- Muito obrigado, Ed! Grande abraço e até o próximo encontro!
Confira mais de perto o trabalho de Kiko Garcia:
http://www.kikomics.com.br/
http://kikomics.tumblr.com/
https://www.facebook.com/kiko.garcia.520
Confira mais de perto o trabalho de Kiko Garcia:
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À pedido do Porta dos Quadrinhos, pedimos ao artista Kiko Garcia que fizesse uma ilustração do super personagem Veredicto, com seu traço estupendo Kiko bolou a cena bem a seu estilo peculiar e nôs entregou umtrabalho espetacular que você confere agora em todas as suas etapas!
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